domingo, 16 de dezembro de 2012

O Hobbit - Uma Jornada Inesperada

05 de janeiro de 2002.
Um pequeno projeto de nerd, Cesar, iria ao cinema. Veria um filme onde um 'anãozinho' descobre que tem um anel poderoso e que precisa destruir isso, e nisso se junta a um duende, um bêbado, um anão, um velho e outros três anõezinhos igual ele. De início não entendi toda a trama , achava eu que aquilo era uma mera cópia de "Harry Potter". Somente em 2003 fui descobrir ao ler O Hobbit que aquilo seria uma das coisas mais fantásticas de todas e fui me aventurar mais e mais no universo criado por John Ronald Reuel Tolkien. Em 2005 vem o grande anúncio, O Hobbit seria adaptado ao cinema. Aquele nerdinho não poderia ficar mais empolgado. Esperam-se notícias e mais notícias sobre isso, Peter Jackson queria fazer mas não queria ficar longe da família, uma demora até o estúdio dar uma green light pro projeto entrar em fase de pré-produção até que Jackson desistiu de vez. Algum tempo depois entra na cena o mexicano Guillermo del Toro, botei fé no trabalho dele, pois O Labirinto do Fauno e Hellboy tinham sido fantásticos, embora eu tinha um pouco de receio dele transformar a magia colorida de O Hobbit em um filme de terror. Um tempo depois, a MGM passa por problemas financeiros que atrasam tudo. Del Toro desiste. Peter Jackson reassume.

Eis que em dezembro de 2012 meu sonho se realiza. Ao ver o logo da Warner Bros e os primeiros riffs da trilha emblemática do Howard Shore (mais uma vez se superando, que na minha lista de melhores compositores de trilhas só fica atrás de John Williams e a frente do Nino Rotta) eu já estava com lágrimas nos olhos.

Em termos de adaptação, Peter Jackson fez realmente um trabalho digno de estudiosos de Tolkien. Não somente em termos de adaptação de histórias (como a cena em que os Trolls, que no livro passavam umas 4 páginas discutindo como preparar a companhia e o sol nascia mas que no filme foi com uma magia de Gandalf partindo uma pedra que proporcionou o desfecho da cena) mas também de lugares e diálogos ("Bom dia!" ; "Você está me desejando um bom dia ou o dia está bom?")  e acima de tudo, o que eu achei que nesses termos foi o maior êxito do filme, foi dar uma motivação maior pros personagens ali presentes. O Hobbit foi escrito muito antes de Tolkien pensar em O Senhor dos Anéis, então, no livro os personagens tem motivações muito aleatórias, no filme, PJ aproveitando material dos apêndices de O Retorno do Rei conseguiu estabelecer motivações até mesmo pra Azog. No livro, o Thorin já chega sendo o fodão, com todos respeitando ele. A cena introdutória que mostra a queda de Erebor conseguiu construir muito bem o personagem e as suas motivações.

A fotografia e a direção de arte estão mais uma vez impecáveis. As paisagens da Nova Zelândia chegam a encher os olhos só de ver. Valfenda está mais linda do que nunca. Erebor também é muito bonita (e contrastante). Gollum se provou mais uma vez ser a melhor criatura 3D já feita na história do cinema (deixando Avatar no chinelo) e Andy Serkis conseguiu se provar mais uma vez um EXCELENTE ator (coisa que eu acho que merecia indicação pro Oscar). PJ acertou também em decidir filmar em 48fps, já que mesmo sem o projetor especial a diferença em qualidade de imagens e detalhes é gritante (minha sessão não era em 48fps mas mesmo assim eu consegui notar a diferença bem facilmente)

Agora é só entrar na vibe e se deixar ir pra lá da montanha fria e nebulosa...

Bom filme!

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